16ª BIENAL INTERNACIONAL DE CERVEIRA

Na condição de uma sintaxe mínima e explorando maximamente o papel comunicacional das marcas recentemente desenhadas para a comunicação visual da instituição de tutela “Fundação Bienal de Cerveira”, do projecto das “Industrias Criativas Bienal de Cerveira”, e da própria “Bienal de Cerveira” - graficamente caracterizadas pelo mesmo logótipo do monograma BC - deverão desenhar-se pequenas narrativas significantes mas desprovidas de significado. Esta intencionalidade em aberto, inconclusiva, produzirá um efeito de estranheza e curiosidade nos públicos, capaz de os seriar e atrair, adoptando-os como interlocutores comunicacionais.

A marca “BC” deverá pois cumprir com toda a economia do signo - com o máximo de efeito e o mínimo de custo - a representação do programa artístico e criativo de Cerveira, constituindo-se ela própria como metáfora dos seus eventos e principal argumento visual.

O tema da “rede criativa” associada ao “projecto” mais geral de regeneração social e económica local através da sua projecção internacional, deverá constituir intenção representacional da proposta, quer através da palavra, quer pela associação a metáforas visuais indicativas.

No desenho transformador de uma marca que é afinal uma anti-marca - já que o seu desígnio não é o de subjugar os públicos à sua vontade, mas o de desenvolver com eles um processo de interacção criativa -, a proposta deverá explorar plasticamente as sugestões do autor da marca já adoptada, funcionando como silhueta de enquadramento a outros padrões, abrindo-se como janela a todas as paisagens, por forma a inscrever todas as diferenças. Nesse sentido, a unidade das várias peças deverá ser garantida apenas pela sintaxe gramatical do sistema e pela plástica pragmática das composições gráficas, deixando que se esboroe o significado semântico da representação ante a experiência da sua descodificação.

Providência Design / Miguel Palmeiro Designer © 2011